"Eu, o Senhor, chamei-te realmente, eu te segurei pela mão, eu te formei e designei para ser a aliança com os povos, a LUZ DAS NAÇÕES, para abrir os olhos aos cegos, para tirar do cárcere os prisioneiros, e da prisão aqueles que vivem nas trevas"
Is. 42, 6-7.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Voz da Igreja

O Papa Bento XVI assegurou que o século XXI "se abriu no sinal do martírio" e explicou que "quando os cristãos são verdadeiramente levedura, luz e sal da terra, tornam-se também, como Jesus, objeto de perseguição, sinal de contradição".
O Santo Padre visitou a Basílica romana de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, com motivo do 40º aniversário da Comunidade de São Egidio, onde presidiu uma celebração da Palavra em memória das Testemunhas da Fé dos séculos XX e XXI.
Nesta entrevista assegurou que "a convivência fraternal, o amor, a fé, as tomadas de posição a favor dos mais pequeninos e pobres suscitam às vezes uma aversão violenta. Que útil é então olhar ao testemunho luminoso dos que nos precederam em nome de uma fidelidade heróica até o martírio!".
Meditando sobre o lugar, que lembra aos cristãos sacrificados pela fé, o Papa questionou: "por que estes mártires irmãos nossos não tentaram salvar a toda costa o bem insubstituível da vida? por que continuaram servindo à Igreja não obstante as graves ameaça e as intimidações?".
"Aqui sentimos ressonar o testemunho eloqüente daqueles que, não só no século XX, mas também desde os inícios da Igreja, vivendo o amor ofereceram no martírio sua vida a Cristo" e "lavaram suas túnicas branqueando-as com o sangue do Cordeiro", indicou.
Nesta última frase do Apocalipse, disse o Santo Padre, está a resposta ao porquê do martírio. A linguagem cifrada de San Juan contém "uma referência precisa à chama branca do amor que levou a Cristo a derramar seu sangue por nós. Em virtude desse sangue fomos purificados. Notando-se nessa chama, também os mártires derramaram seu sangue e se purificaram no amor".
Bento XVI recordou depois a frase de Cristo "Ninguém tem amor maior do que que dá a vida a vida pelos seus irmãos" e sublinhou que "tudas as testemunhas da fé vivem este "amor maior", conformando-se a Cristo e "aceitando o sacrifício até o final, sem colocar limites ao dom do amor e ao serviço da fé".
"Nos detendo diante dos seis altares que lembram aos cristãos cansados sob a violência totalitária do comunismo, do nazismo, aos assassinados na América, na Ásia e Oceania, na Espanha e México, na África, percorremos idealmente muitos acontecimentos dolorosos do século passado. Muitos caíram enquanto cumpriam a missão evangelizadora da Igreja; seu sangue se misturou com a dos cristãos nativos aos que tinham comunicado a fé", adicionou.
Do mesmo modo, o Santo Padre recordou que "outros, freqüentemente em condições de minoria foram assassinados por ódio à fé. E não são poucos os que se imolaram por não abandonar aos necessitados e aos fiéis que tinham sido confiados a eles sem temor a ameaças ou perigos. Estes irmãos e nossas irmãs na fé formam um grande afresco da humanidade cristã do século XX, um afresco das Bem-aventuranças, vivido até o derramamento de sangue".
"Aparentemente a violência, os totalitarismos, a perseguição, a cega brutalidade parecem mais fortes, sossegando a voz das testemunhas da fé, que aos olhos dos homens podem parecer derrotados pela história. Mas Jesus ressuscitado ilumina seu testemunho e assim compreendemos o sentido do martírio: o sangue dos mártires é semente de novos cristãos. Na derrota e na humilhação de quantos sofrem pelo Evangelho atua uma força que o mundo não conhece. É a força do amor, inerme e vitorioso, inclusive na aparente derrota. É a força que desafia e vence à morte", continuou o Papa.
O Pontífice finalizou sua homilia convidando aos membros da Comunidade de São Egidio a "imitar a coragem e a perseverança" dos mártires em "servir ao Evangelho, especialmente entre os mais pobres" e a ser "construtores de paz e de reconciliação entre os que são inimigos ou se combatem".
Fonte: Zenit.

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